Monumento nikkei, em solo joseense, visa mostrar o reconhecimento à contribuição da comunidade japonesa no Vale

Depois que as máquinas começaram a trabalhar mais rápido do que os homens, a agilidade dos processos rotineiros e o desenvolvimento tecnológico influenciaram diretamente no ritmo acelerado em que vivemos.

Se para os ocidentais, o tempo é linear e nunca volta, talvez por isso tenhamos a sensação de que estamos tirando o máximo dele. Para os orientais, não adianta enganar os ponteiros do relógio. O que importa não é apenas a quantidade, mas a qualidade que o tempo é aproveitado.

Para quem visita pela primeira vez a Praça Engenheiro Riugi Kojima, no Jardim Aquarius, em São José dos Campos, é impossível deixar de notar o tamanho do monumento que compõe o cenário de um jardim repleto de vida e cores, onde o tempo passa, mas você fica.

Feita de aço, a construção, que tem o formato de um portal, rouba a cena onde os prédios dominam a maior parte da paisagem. Com seus 17 metros de altura e 21 metros de largura, o projeto da Associação Pró-Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, em parceria com a prefeitura, empresas, entidades e a comunidade nipo-brasileira, foi inaugurado no dia 28 de junho de 2008.

Constituído por duas colunas que representam os alicerces que sustentam o céu, enquanto que outras duas vigas simbolizam a terra, o Tori é um dos mais conhecidos ícones da cultura japonesa. De origem e tradição xintoísta, o portal representa a ligação entre o mundo humano e o kami, que seriam os protetores ancestrais, espíritos da natureza e deuses. Portanto, a entrada pra o mundo espiritual e a passagem para o Tori (infinito).

Membro-fundadora do Espaço Engenheiro Riugi Kojima, a vereadora Amélia Naomi, presidente da Câmara de São José, tem seu nome estampado na placa do monumento, em homenagem à Família Esaku Ihara – pioneira na imigração japonesa em solo joseense –, e deu detalhes da obra inaugurada em 2008.

“Esse Tori é o maior e o mais alto do mundo. Teve todo um estudo de arquitetura antes de ser construído”, afirma a presidente Amélia, que também comentou sobre a primeira visita do Cônsul japonês ao Tori. “Quando ele chegou à cidade, gostou muito desse projeto”.

RESGATE CULTURAL

Para os descendentes da imigração japonesa que desenvolveram a cultura de arroz nas zonas alagadiças do Vale do Paraíba, a representação simbólica de uma tradição oriental, tem a força de resgatar a cultura de um povo que fortaleceu diversos setores, como a agricultura na região, lembrando que aproximadamente 75% dos imigrantes japoneses, na década de 30, vieram para o Estado de São Paulo, que tinha grande necessidade de mão de obra para trabalhar nos cafezais.

Com a abertura de novas frentes de trabalho, os imigrantes japoneses iam trabalhar também no cultivo de morango, chá e arroz. Segundo a MOFA (em português, Ministério das Relações Estrangeiras do Japão), atualmente, mais de 1,5 milhão de pessoas de origem japonesa vivem em nosso país, a maioria delas no Estado de São Paulo.

“JOSEENSES”

Os últimos dados, revelados pela prefeitura de São José dos Campos, apontam que mais de 15 mil nikkeis (imigrantes e descendentes de japoneses) vivem na cidade. Um número impressionante, levando-se em conta que representa a metade do número total de todo o Vale do Paraíba..

Imigração japonesa no Brasil

A imigração começou no início do século XX, em função de um acordo entre os governos japonês e brasileiro. O Japão tinha um problema de superpopulação e o Brasil necessitava de mão de obra para os cafezais.

O Kasatu Maru foi o primeiro navio a chegar ao Brasil (em Santos), com imigrantes japoneses. Chegou no dia 18 de Junho de 1908, trazendo novos imigrantes a bordo.

A maioria dos japoneses trabalhou em plantações de café no interior de São Paulo. Dentre as diversas marcas que a cultura nikkei deixou no Brasil, podemos citar uma culinária muito rica e saudável, a tecnologia agrícola e os esportes como karatê, judô e kendo, além dos mangás.

Fonte: Vale Shimbun

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